Cores fortes, música cativantes e frases de efeito para te dar um gás. Essa é a estratégia da indústria de refrigerantes e bebidas adoçadas para te convencer a comprar os seus produtos. Apesar de simples, a tática vem dando certo.
Dados de uma pesquisa do Ministério da Saúde, o Vigitel, mostram que mais de 15% da população adulta bebe refrigerantes quase todos os dias. Entre adolescentes, esse número é ainda maior: 17% consome esse produto mais de cinco dias por semana. Mas, você já parou para pensar o que as propagandas dessa indústria não te mostra (ou não querem que saiba)? Bom, a gente sim.
Não é novidade para ninguém os impactos na saúde, no meio ambiente e no bolso dos consumidores que ela causa. Seus produtos estão associados ao aumento de doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas e obesidade. O prejuízo ambiental causado por suas embalagens plásticas é gigantes e ultrapassa os US$ 9 bilhões. Já os incentivos fiscais… em 2016 foram R$ 3,8 Bilhões de isenção em impostos para o setor segundo a Receita Federal.
Apesar de os dados serem assustadores, esses são os impactos mais visíveis, mas ainda há outros que ela tenta esconder, como a interferência em políticas públicas. Ela cria obstáculos para a elaboração ou implementação de políticas regulatórias, financia estudos para gerar posicionamentos favoráveis a seus produtos e pressiona diferentes atores sociais para apoiá-la com o objetivo de aumentar as vendas e lucros, enquanto todos esses outros lados negativos vão sendo deixados de lado.
Além disso, a grande indústria tenta tirar o foco do problema dizendo que a solução está apenas em campanhas socioeducativas, deixando toda a responsabilidade para o indivíduo. Só que para resolver problemas como estes precisamos de políticas, e não apenas de uma mudança comportamental.
Pensando nisso, a ACT e o Idec lançaram a campanha Não engula essa! Durante dois meses, três vídeos sobre impactos na saúde, incentivos fiscais e poluição por plástico serão veiculados na internet e nas redes sociais a fim de mostrar para a população as consequências negativas que a indústria de refrigerantes e bebidas açucaradas podem causar, e não quer que você saiba.
A indústria de refrigerantes não pode mais continuar interferindo em políticas que afetam você e todos os cidadãos. Precisamos de vontade política e congressistas independentes para superar essa distorção e que promovam ambientes saudáveis e sustentáveis para a prevenção de fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis.
Acesse o site: naoengulaessa.org.br e nos ajude a ter um país mais saudável e sem interferência da indústria.
Hélen Freitas