Uma ação no presente que pode mudar o hoje e também impactar (e muito) o amanhã. Você sabia que o consumo de álcool precoce e o uso abusivo pode impactar a saúde mental das crianças? Não poderíamos deixar desse assunto ainda neste mês dedicado a elas.
Tanto a exposição quanto o consumo precoce são agravantes para consequências no presente e impacto na vida adulta. De acordo com a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) divulgada em 2020, a experimentação de bebida alcoólica cresceu de 52,9% em 2012 para 63,2% em 2019. Esse aumento foi ainda mais impactante entre as meninas, que saíram de 55% para 67,4%, nos mesmos anos comparativos. Outra pesquisa, desta vez da organização Movendi, mostrou que a exposição significativa ao marketing de álcool aumenta a probabilidade de as crianças consumirem álcool, e de forma compulsiva, e se envolverem em comportamentos de risco.
A Sociedade Brasileira de Pediatria também informa, em publicação de 2017, que a ingestão precoce de álcool é uma das principais causas de morte de jovens de 15 a 24 anos de idade em todas as regiões do mundo. Especialistas ressaltam que quanto menor a idade de início do consumo, maior é a chance de ser dependente ao longo da vida. Além disso, o uso de álcool pode levar a graves consequências, como sequelas neuroquímicas, emocionais, déficit de memória, perda de rendimento escolar, retardo no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades, entre outros prejuízos como, por exemplo, a violência sexual.
A exposição precoce a essa substância pode perturbar o curso normal de maturação do cérebro e ter consequências duradouras para a capacidade cognitiva, saúde mental e até mesmo da personalidade.
A falta de maturidade no controle cognitivo em adolescentes os torna também mais suscetíveis à publicidade e à pressão social entre seus amigos e familiares. Acaba sendo dentro de casa, entre familiares e amigos, que o consumo destas substâncias é iniciado. E não é por menos. A indústria do álcool usa de diferentes artimanhas para dialogar com esse público e incentivar o consumo precoce dessas substâncias prejudiciais à saúde seja investindo fortemente em ações de marketing, fazendo embalagens chamativas e até mesmo vendendo gato por lebre, como é o caso das cervejas sem álcool.
Precisamos fazer um pacto com a sociedade para pensar a saúde de nossas crianças agora. A Reforma Tributária sob a ótica da saúde, sobretaxando o que faz mal à saúde como o álcool é o caminho mais concreto e uma grande oportunidade no presente que impactará hoje e futuramente.