Uma entrevista especial

Nesta última semana temos sido muito procurados na ACT em função da divulgação do relatório da OMS, dos projetos de lei sobre fumódromos no Brasil e agora também em função do evento a ser realizado na PUC.

Hoje dei uma entrevista para uma rádio do interior de SP e ao final a repórter fez um desabafo relatando sobre o sofrimento associado à morte do pai, fumante, por câncer de pulmão. Me surpreendi pois em geral em entrevistas o repórter não se expõe, mas um tema como este facilmente induz a um testemunho pessoal.

Quem não conhece ou conheceu um fumante que teve problemas de saúde por fumar? Quem já não se preocupou com alguém ou com si mesmo por este mesmo motivo?

Às vezes há certo constrangimento, ou uma reafirmação tipo: não fumo, nunca fumei, como se por trabalhar nesta área fôssemos anti-tabagistas. Ou pessoas autoritárias que querem controlar a vida dos outros e interfirir com os direitos dos fumantes. Não se trata disto. Da forma como vejo, esta é uma distorção grosseira dos fatos e revela a superficialidade com que a questão é tratada muitas vezes.

A começar pela discussão da “escolha” por fumar ou não, seguindo pelo “direito” individual de fumar. A meu ver, um adulto poderia escolher fumar e preservar isto desde que respeitando o outro. Porém o que dizer desta escolha quando sabemos que a iniciação em geral se dá na adolescência, influenciada pelo marketing do produto e contexto social, e se trata de uma droga que gera dependência? Para a maior parte dos adultos fumantes não se trata de escolha, e sim necessidade, uma vez que são dependentes do cigarro. E diante da invocação dos direitos do fumantes, vem a óbvia pergunta: e os direitos dos não-fumantes? A fumaça é tóxica, incontestavelmente.

Daí a conscientização progressiva quanto ao fumo ao ar livre, onde é mais fácil a dispersão das partículas do tabaco. E informação, e tratamento, e contenção aos interesses de quem produz e comercializa estes produtos.

Assim, fonte de prazer ou necessidade, o fumo é lícito e não se trata de extingui-lo. Mas é preciso reconhecer a extensão de seus malefícios para além do corpo do próprio fumante. E aí, minha gente, quanto mais se descobre pior fica, mesmo! Mas a maior parte das pessoas ainda conhece pouco desta história toda. Eu mesma só me aprofundei pois fui atraída pelo desafio de entender o que se passava com aqueles pacientes que não conseguiam livrar-se do fumo, entregando sua respiração e sua vida a esta dependência, talvez como ocorreu com o pai da repórter, e aí uma coisa foi puxando a outra. E o desabafo dela levou ao meu…

1 comentário em “Uma entrevista especial

  1. bom. estamos feliz em participa desse comentário
    nossa opinião e que não fume pois o cigarro e seu pior enimigo
    pare de fumar se não quiser morrer hoho²²
    ate mais fique com ”DEUS”

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