Você é uma pessoa impulsiva?
A impulsividade pode ser definida como “uma dificuldade crônica em adiar a gratificação ou inibir a resposta a estímulos de recompensa”(Monterosso & Ainslie, 1999), ou seja, quem é considerado impulsivo não tolera muito as frustrações, reage impetuosamente e espera uma satisfação rápida de seus anseios.
Um prato cheio p/ se tornar sério candidato a ser fumante, não acham? É sabido que o fumo age rapidamente, em 8 segundos a nicotina atinge o cérebro, proporcionando uma série de reações que dão a sensação de prazer ao tabagista. Prazer quase imediato sem muito esforço. Mas com altíssimo custo, não vamos nos esquecer.
Bem, mas se alguns estudos já abordaram esta questão da impulsividade e iniciação no tabagismo, um outro avaliou se isto interferiria também na maior dificuldade em abandonar o cigarro(Doran e cols, 2004). A lógica é simples: a pessoa impulsiva tem mais dificuldade de tolerar a abstinência à nicotina e em resistir à tentação de um trago ou de voltar a fumar.
E a conclusão foi esperada: os participantes mais impulsivos do estudo recaíram mais e mais rapidamente do que os não-tão-impulsivos-assim.
Na verdade é meio óbvio, mas é interessante ter atenção a esta característica: controle sua impulsividade p/ prevenir recaídas ao parar de fumar!
Sou impulsivo, mas sou teimoso pacas, também. Se sinto vontade de fumar? Sinto e muita, mas a raiva de ter estado preso a um bando de filhos-de-uma-égua como são os proprietários de indústrias tabagistas me faz ficar firme. Vou resistir, nem que seja só de raiva.
Ontem foi um dia particularmente difícil.
Circunstâncias que não vem ao caso explicar me deixaram muito tenso e raivoso. A vontade de fumar foi uma coisa tão intensa que às vezes eu me sentia no ar, meio sedado, sei lá. Mas resisti. RESISTI! Prefiro comer m…. que voltar a fumar. A luta é antes de tudo, contra eu mesmo. Luto contra MINHA vontade de fumar. Luto contra MEU cérebro, que tenta me enganar o tempo todo. Luto contra MEUS hábitos arraigados em trinta e cinco anos de tabaco desenfreado. Tudo isso sou eu, mas não sou eu. Pouco a pouco vou descobrindo que muita coisa que pensava que fazia parte de mim, de minha personalidade e minha vontade eram apenas produto do vício. VÍCIO!
O que eu sou, afinal? Que quero, em verdade? Quem manda em meus desejos, impulsos, vontades, hábitos, pensamentos e atos? Enquanto não descobrir isso, não volto a fumar. Tenho a certeza de que quando descobrir, aí é que não voltarei mesmo. EU NÃO QUERO. Nem herói, nem rato, mas gente.
Parabéns, Roberto
De uma ex-fumante há 28 anos.
Eu também NÃO QUERIA mais!