Há algumas semanas, publicamos um post sobre o lançamento da edição de 2018 do Relatório Luz da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, elaborado pela ACT e outras organizações da sociedade civil. O relatório fez uma análise independente dos progressos obtidos (ou não) pelo Brasil com relação à Agenda 2030 da ONU.
Neste post, vamos falar mais especificamente de um dos objetivos analisados: o ODS 2, Fome Zero e Agricultura Sustentável.
ODS 2: Fome Zero e Agricultura Sustentável
O ODS 2 tem a seguinte definição:
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Dentre suas metas específicas, incluem-se:
2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano
2.2 Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas
Avaliação do Relatório Luz
Foram encontrados vários problemas que mostram que, infelizmente, o Brasil muitas vezes vai na contramão aos objetivos e metas definidos.
Alguns dos dados citados pelo relatório são:
- Programas importantes para assegurar a segurança alimentar e nutricional estão sendo sucateados ou descontinuados. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), por exemplo, teve seu orçamento reduzido de R$ 800 milhões para R$ 750 mil entre 2012 e 2018.
- A desnutrição e o baixo peso também continuam: a proporção de crianças com altura considerada “muito baixa” para a idade subiu de 5,4% em 2015 para 5,7% em 2016.
- Entre os adultos, os índices de sobrepeso e obesidade estão aumentando continuamente todos os anos:
O relatório destaca:
“Comer com qualidade no Brasil custa caro, o que é um problema. (…) a maior parte da população antes de diminuir o volume consumido opta por alimentos densamente calóricos e mais pobres em nutrientes por serem mais baratos”.
Recomendações
Para finalizar, o relatório faz algumas recomendações para revertermos esses retrocessos e garantirmos a segurança alimentar e nutricional da população.
Dentre eles, incluem-se:
- Adotar o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 2016-2019 como referência para a política no setor;
- Aprovar e implementar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara).
Fica cada vez mais claro que as crises econômicas e políticas pelas quais o Brasil passa têm implicações enormes para a saúde e o bem-estar da população. É muito importante assegurar a manutenção de políticas de prevenção e dos programas que, no passado, foram bem-sucedidos para melhorar a segurança alimentar e nutricional das pessoas.
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Quer ver o relatório completo? Confira aqui!
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