Veto ao fumo em lugares fechados é tema de campanha nacional

São Paulo – Ambientes Livres do Tabaco é o tema deste ano do Dia Nacional de Combate ao Fumo, data que será marcada nesta quarta-feira (29) por atividades com o objetivo de conscientizar e mobilizar prefeituras, governos e a sociedade para a importância de proibir cigarros em locais públicos fechados, segundo o diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luiz Santini.

A proibição está definida no segundo artigo da Lei 9.294, de 15 de julho de 1996, que ressalva o uso de “área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”, os fumódromos.

A Coordenação Nacional de Controle do Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer (Contapp), do Inca, conduz as políticas nesse setor da saúde. O Brasil assinou a Convenção-Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2003. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2005 e a adesão final se deu pelo Decreto nº 5.658, de 2 de janeiro de 2006.

São Paulo Respirando Melhor é o nome dado à versão paulistana da campanha nacional. Santini destacou o aspecto de “questão cultural” do tabagismo, ao defender o envolvimento de instituições “não de uma forma preconceituosa, mas entendendo que esse é um problema grave de saúde pública, um problema de qualidade de vida – a vida fica pior para as pessoas que fumam e para as pessoas que não fumam diretamente, mas fumam passivamente nos ambientes produzidos pelos fumantes”.

Santini lembrou que no país o tema está diretamente vinculado ao início da Convenção-Quadro da OMS, e que envolveu particularidades: “Não só políticas em relação ao combate ao tabagismo, mas políticas em relação a substituição agrícola, porque nós olhamos o tabaco na ponta que está o consumidor, o fumante. Mas o tabaco é um produto, existe uma indústria, uma produção da folha de tabaco. O Brasil é o maior exportador de tabaco do mundo e o segundo maior plantador do mundo. Então não foi fácil no Brasil implementar essas políticas. E nem é fácil resolver o problema dos agricultores, principalmente os pequenos, explorados pelas indústrias”.

Ele defendeu que por meio dos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Agrário sejam criadas “políticas para a mudança da cultura, mas essa mudança é muito difícil e é preciso uma grande participação governamental no processo – é um longo histórico, mas é um histórico de sucesso”.

No Rio de Janeiro, nesta quarta, as atividades incluem a divulgação de pesquisa que mostra a prevalência do fumo entre os universitários e que poderá ser significativa para os trabalhos de prevenção. “É importante saber como cada grupo social percebe isso, às vezes pode ser diferente e a mensagem tem que ser diferente. Se não se faz uma comunicação uniforme de que câncer e fumo são associados, mas como isso se expressa para cada grupo da sociedade, para os jovens, para os mais idosos, é diferente. Então nós temos que ver algumas pesquisas focais para podermos dirigir campanhas específicas”, disse Santini.

No Paraná, comitê antifumo convida população a ir às ruas

O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Associação Paranaense de Combate ao Fumo e a Associação Médica do Paraná estão convocando a população de Curitiba para que providencie um kit composto de nariz vermelho, roupa colorida, gravata de bolinhas coloridas, flor de plástico que esguicha água, martelo de plástico que faz sons estranhos e um sorriso.

A idéia, de acordo com o médico Jayme Zlotnik, membro do comitê antifumo do HC, é promover a 1ª Palhaçada contra o Fumo, em que os fumantes não serão criticados, mas incentivados a desprezar o cigarro e sorrir para a vida. “Queremos mostrar que o fumo não tem graça, por isso estamos convocando todas as pessoas alegres e felizes por não fumar ou por ter deixado de fumar e aquelas que querem parar”, disse.

O HC está pedindo que palhaços e artistas em geral, de escolas, condomínios e associações, participem da caminhada, que sairá às 14 horas do hospital em direção à Boca Maldita, no centro da cidade, contra o monstro do mau humor e da doença de fumar. Todos poderão levar bandeiras, faixas, e cartazes.

Em frente ao hospital foi fixada uma faixa com a frase Não fume. Já temos doentes demais.O médico lembrou que segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil , uma média de 23 pessoas por hora, e que o consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes, principalmente as cardiovasculares (infarto, angina), o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite). “Ao parar de fumar, o risco de ter essas doenças vai diminuindo gradativamente e o organismo do ex-fumante vai se restabelecendo”.

Carreata ao som de frevo marca programação do Dia Mundial de Combate ao Fumo em Recife

O Dia Mundial de Combate ao Fumo está sendo marcado na capital pernambucana com uma carreata, ao som de frevo, por diversos bairros da cidade.

Durante o percurso, os participantes da mobilização, organizada pela prefeitura de Recife, estão entregando à população mensagens educativas sobre a importância de adotar hábitos de vida saudáveis, associados à prática de atividades esportivas.

Participam do evento freqüentadores dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), do Programa Academia da Cidade, al´pem de adolescentes, ex-fumantes e atletas pernambucanos que conquistaram medalhas nas competições dos jogos Pan e Parapan, do Rio de Janeiro.

A coordenadora de Controle do Tabagismo, da Secretaria de Saúde, Maristela Menezes, destacou que programação visa a alertar as pessoas para os males provocados pelo fumo. “Os cidadãos precisam tomar conhecimento dos riscos da dependência química da nicotina, que é uma das sete mil substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro”, disse ela.

Também estão sendo divulgados no evento os serviços de apoio oferecidos gratuitamente pelo poder público para quem quer parar de fumar. A programação inclui também depoimentos de ex-fumantes sobre os problemas de saúde que o cigarro pode provocar no organismo.

A carreata conta com apoio de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), viaturas do Corpo de Bombeiros e batedores da Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos.

Crédito da imagem: Sxc.hu
(Envolverde/Agência Brasil)

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