A ideia era sensibilizar os parlamentares e a sociedade civil para a importância do imposto seletivo para desestimular o consumo de álcool. Mas a campanha Quer uma dose de realidade, patrocinada pela ACT Promoção da Saúde e pela Vital Strategies, desenvolvida pela agência Moringa, acabou atravessando o Atlântico e faturou o prêmio Lusófonos de Criatividade, em Lisboa.
Há mais de uma década, a iniciativa do Lisbon Awards Group valoriza o talento de agência e profissionais de países que falam português. Nos últimos anos, o Lusófonos vem se firmando entre os mais importantes eventos de marketing e publicidade do mundo.
O trabalho da Moringa aponta o papel das políticas públicas, como a tributação diferenciada, para a redução do consumo de produtos nocivos. Os impactos negativos do álcool recaem sobre os indivíduos, em particular, e, principalmente, sobre a sociedade, como um todo. A campanha recorreu a imagens fortes e a mensagens como “O álcool é um dos maiores causadores de câncer de mama e de cólon – Parlamentar, se o álcool provoca mortes, tem que pagar mais imposto”, entre outras.
Em sintonia com o debate político, a mobilização se concentrou nos 30 dias que antecederam a votação da proposta de regulamentação da reforma tributária na Câmara. As peças podiam ser vistas em outdoors e painéis no aeroporto de Brasília, no acesso à Esplanada dos Ministérios, Banco Central e Congresso Nacional, além do circuito Pontão do Lago Sul. Sem falar nas redes sociais, sites de notícias e de política.
A estratégia se baseou na opinião da maioria dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada pela Vital Strategies, 62% dos brasileiros concordam que a elevação de impostos sobre bebidas ajudaria a reduzir o consumo.
“A medida de aumento de preços e impostos foi uma das mais importantes na redução da prevalência do tabagismo entre a população brasileira e por isso, vimos mostrar, através de imagens impactantes da campanha, os danos do consumo do álcool e a relevância de adotar a mesma medida de aumento de impostos para ajudar a mudar essa situação.” explica Daniela Guedes, diretora de campanhas e mobilização da ACT Promoção da Saúde.
Angélica Brum