Está em discussão o projeto de lei que foi enviado pelo governador de São Paulo (José Serra) e que prevê a proibição do fumo em ambientes fechados.
Deve acontecer uma audiência pública (em data a confirmar, a princípio 14/10 às 14:30 na ALESP) e seria fundamental que as pessoas participassem, como representante de alguma organização ou enquanto cidadão mesmo.
Na última reunião sobre o tema, estavam lá representantes do setor de hospitalidade (bares, restaurantes, hotéis) se posicionando contra a aprovação da lei. O argumento é econômico, tipo:não queremos mais regulamentação neste setor, perderemos receita, pode haver desemprego, etc.
Do ponto de vista da agressão à saúde ninguém questiona, mas isto parece importar menos diante do poder do $$$. É lamentável ver inclusive trabalhadores do setor, aqueles que mais estão expostos ao problema, sendo manipulados para defender os ambientes esfumaçados e colocar em risco sua própria saúde.
Como disse a representante da ABCâncer, associação que dá apoio a pessoas com câncer, é preciso que as pessoas se apropriem de conhecimento antes de se posicionarem: houve desemprego ou perdas econômicas onde esta lei foi implantada? Não! É direito do trabalhador e dever do patrão zelar pela saúde e adequadas condições de trabalho? Sim!
Esta inversão vista na reunião se deve a poderosos interesses que estão por trás de toda esta fachada, sem dúvida alguma. Gente que quer o retorno ao passado, onde se fumava em qualquer lugar, em grande quantidade, onde fumar era charmoso e considerado uma ponte direta para o sucesso.
Não dá mais para retornar a isto. Hoje se sabe a verdade sobre o fumo e seus efeitos na saúde das pessoas, e se começa a desvendar cada vez mais as artimanhas usadas para encobrir os fatos e assim garantir o lucro exorbitante de uma indústria que se preocupa mesmo é com a própria saúde financeira.
Não se trata de proibir o fumo, mas restringir os locais onde se pode fumar face ao conhecimento que temos hoje. É como na propaganda que tem passado na TV: ainda bem que as pessoas mudam… acredito na maior consciência pelos fumantes e quero acreditar que a saúde e a vida prevaleçam como bens maiores do ser humano. Se me iludo não sei, mas sigo acreditando.
E se eu criar um ambiente específico para tabagistas, tipo café para tabagistas, ou cervejaria para tabagistas, algum problema? Não-fumantes também são bem vindos, claro, desde que não encham o saco – porque nem todos enchem o saco, a maioria ainda sabe aproveitar uma boa conversa sem mostrar resultados de eletrocardiogramas. Vai ser proibido também?