Roucos e Sufocados: a indústria do cigarro está viva, e matando, dos jornalistas João Peres e Moriti Neto, foi lançado no Dia Nacional de Combate ao Fumo trazendo um novo olhar sobre a influência da indústria do tabaco nas regiões produtoras de fumo e as consequências disso para os produtores.
Vamos destacar aqui algumas das principais considerações do livro:
O Brasil ainda é o principal exportador de folha de tabaco do mundo. Grande parte da produção vem do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, e foi para lá que os autores foram para fazer as pesquisas que resultaram no livro.
O preço da folha não é definido pelos produtores, mas sim pelo próprio comprador: a indústria do tabaco. Também é utilizado o chamado “sistema de produção integrado”, no qual, novamente, é a indústria que determina quanto, como e quando os agricultores plantarão o tabaco. Outro problema é que não há vínculo trabalhista entre as empresas e os produtores. Alega-se que a relação é de prestação de serviços apenas.
Muitos dos agricultores expressam o desejo de diversificar sua produção com outros cultivos. Essa medida é recomendada pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), mas projetos para isso não recebem investimentos suficientes.
Um dos argumentos usados pela indústria é o de que a produção de tabaco é lucrativa, e que ações de controle e diversificação de cultura a prejudicariam. Ao analisarmos os números, entretanto, vemos que não é bem assim.
As perdas econômicas devido a incapacitações e tratamento de doenças causadas pelo tabagismo chegam a US$ 15 bilhões por ano. Além do mais, os impostos pagos pela indústria ficam longe de compensar esse número: mal chegam a US$ 3,5 bilhões. Isso representa um déficit de mais de US$ 10 bilhões.
Os próprios produtores também sofrem financeiramente. A renda média líquida por ano é de apenas US$ 1,6 mil. 13% deles chegam a ter prejuízos.
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Os dados acima são apenas uma pequena parte das descobertas dos autores.
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