Que fumar faz mal à saúde todo mundo já sabe, mas o tabagismo envolve também áreas como economia, marketing, meio ambiente, psicologia e, claro, políticas públicas. Por isso, apresentamos alguns livros sobre o tema que vão além dos malefícios causados pelo fumo.
Lançado recentemente pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, “Tabagismo: prevenção e tratamento” é o título do livro organizado pelo pneumologista Luiz Fernando Ferreira Pereira e conta com artigos escritos por especialistas em controle do tabagismo. O primeiro capítulo, por exemplo, é do médico Alberto Araújo, que também é da Rede ACT, e está disponível on-line.
O livro aborda o contexto histórico do tabagismo, epidemiologia e prejuízos para a população até questões técnicas como a avaliação clínica, a abordagem comportamental, o tratamento farmacológico, a interrupção do uso em grupos específicos de pacientes e ainda traz anexos úteis para fundamentar a prática clínica. A publicação está à venda no site da editora, a Di Livros, com 19% de desconto e entrega para todo o país.
Já “Roucos e Sufocados: a indústria do tabaco está viva, e matando”, da Editora Elefante, tem uma abordagem diferente. Fruto de uma extensa investigação dos jornalistas Moriti Neto e João Peres, o livro parte da perspectiva de pequenos fumicultores para mostrar como eles são usados como massa de manobra para frear políticas de saúde pública e de controle do tabagismo. Por trás da cortina de fumaça, se entrelaçam políticos, meios de comunicação, sindicatos, organizações que dizem combater o contrabando e até perfis falsos da internet.
Na mesma linha, “Vidas Tragadas: os danos sociais da produção de fumo no Brasil”, traz a apuração dos jornalistas Marques Casara e Poliana Dallabrida nas plantações de tabaco no sul do país. Os autores levantaram uma série de problemas que atingem os trabalhadores, como contaminação por agrotóxicos, dívidas trabalhistas, jornadas de trabalho extenuantes e até mesmo situações análogas à escravidão. As apurações também serviram para a produção de um documentário sobre a questão. A pesquisa foi organizada pela Papel Social, com apoio do Ministério Público do Paraná, da Associação Paranaense de Vítimas Expostas ao Amianto e aos Agrotóxicos e da ACT Promoção da Saúde.
Por último, recomendamos “Mídia e consumo: a subjetividade como mercadoria”, de Rosa Christina Rulff Vargas e Frederico Tavares, da Appris Editora, que aborda o consumo sob o enfoque da psicossociologia. Os autores analisaram o contexto de filmes brasileiros de longa-metragem, propondo uma reflexão crítica sobre processos de subjetivação refletidos em imagens de tabaco.
De acordo com Rosa Vargas, uma das autoras, o mercado investe em ações integradas de comunicação para ampliação do consumo de produtos, e os diversos espaços de mídias cumprem um relevante papel para impulsioná-lo. A mídia espelha, mas também constrói um imaginário de pertencimento, diferenciação e singularidades, afetando subjetividades e comportamentos, além de promover marcas que operam simulacros de felicidade, status, bem-estar, liberdade, experiências, entre outros.