A ACT fez uma parceria com o Nexo Jornal para a produção de um infográfico sobre os custos do tabaco para o país. O objetivo do material é ressaltar a importância da responsabilização da indústria do tabaco pelos prejuízos que o fumo traz para a saúde e a economia.
A pandemia da Covid-19 e o teto de gastos levaram o sistema público de saúde ao limite. É preciso priorizar o SUS e garantir mais investimentos com urgência, e uma forma de fazer isso seria cobrando finalmente a conta de uma indústria que causa prejuízos à saúde e à economia do país há décadas. O governo federal alega ter dificuldades orçamentárias para manter o auxílio emergencial de R$ 600,00, mas se as empresas de cigarro arcassem com os custos que seus produtos causam ao país, o dinheiro economizado faria com que 16 milhões de brasileiros pudessem receber o benefício por seis meses.
No Brasil, uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer, Fundação Oswaldo Cruz e Instituto de Efectividad Clínica y Sanitária, com dados de 2015 atualizados para 2020, mostrou que o tabagismo foi responsável por mais de 161 mil mortes anuais, o equivalente a 443 por dia, que corresponderam a 13% do total de mortes ocorridas no país.
Este estudo apurou que o Brasil gasta cerca de R$ 50 bilhões, por ano, com o tratamento médico e internações por doenças causadas pelo fumo, e R$ 42 bilhões, com perda de produtividade no trabalho. Isso mesmo, são R$ 92 bilhões por ano.
Outro dado que causa estarrecimento e que tem destaque na infografia é o que diz respeito ao valor das taxas de registro das marcas, que deveria ser feito anualmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Entretanto, há mais de 20 anos, os valores que deveriam ser pagos pelas empresas de cigarro ficam retidos em juízo devido a um processo aberto pela Souza Cruz e pela Philip Morris. Esses recursos poderiam ser usados pela Anvisa em melhorias para a saúde pública, mas pelo visto a indústria não está muito preocupada com isso – como poderia estar, aliás, quando fabrica produtos que matam metade de seus consumidores regulares?
Confira o infográfico aqui.
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