Me Chame pelo seu Nome, O Destino de Uma Nação, Dunkirk, Corra!, Lady Bird, Trama Fantasma, The Post – A Guerra Secreta, A Forma da Água e Três Anúncios Para um Crime: Esses foram os nove indicados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para o Oscar de melhor filme de 2018. Todos eles foram produções aclamadas pela crítica e tiveram indicações em outras categorias importantes da premiação. E, em todos eles, são mostrados personagens fumando.
Esse dado vem de uma análise da presença do tabagismo nos filmes do Oscar 2018 realizada pela Smokefree Movies, um projeto da Universidade da Califórnia que vem realizando estudos semelhantes desde 2015. Dos 22 filmes analisados por eles neste ano, só 3 – A Bela e a Fera, Star Wars – Os Últimos Jedi e Roman J. Israel, Esq. – eram livres de tabaco. E, para piorar, um agravante: A maior parte dos 19 filmes restantes não tinham classificação indicativa para maiores de idade. Dos nove indicados a melhor filme, por exemplo, só Corra! era restrito a maiores de 18 anos.
E não para por aí: A Forma da Água pode ter levado o prêmio da Academia, mas quem liderou na categoria Tabagismo foi mesmo a biografia de Churchill (O Destino de Uma Nação), com inacreditáveis 266 inserções de fumo em 125 minutos – o que não impediu o filme de ser liberado para adolescentes de 12 anos. Não é um caso isolado, infelizmente: Me Chame pelo seu Nome, com temática adolescente (e classificação indicativa de 14 anos), soma 168 inserções em seus 132 minutos de duração.
O argumento utilizado para justificar a presença do tabaco nesse tipo de produção costuma ser de que ele é uma ferramenta de caracterização para os personagens. Mas até onde isso compensa os danos para o público e para os próprios atores? A ONU já alertou que, nos Estados Unidos, seis milhões de jovens começaram a fumar por conta de influência de filmes em 2014, e Gary Oldman, o ator que retratou Churchill em O Destino de Uma Nação, apresentou envenenamento por nicotina por conta da quantidade de charutos que consumiu durante as filmagens. Perde a saúde, perde o cinema, perdem os atores e o público – e ganha a indústria do tabaco, que, proibida de fazer propaganda, recebe ela de graça.
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Fonte: Smokefree Movies
Por Juliana Waetge