Documentário mostra como cadeia produtiva da castanha leva ao desmatamento da Amazônia

“Castanhal”, documentário de Marques Casara e Rodrigo Chagas, encerrou o ciclo de festivais ao redor do mundo e está disponível ao público. Ele foi o vencedor do prêmio de Melhor Filme pelo júri popular da Mostra Velho Chico de Cinema Ambiental.  Também esteve entre os selecionados do Festival de Cinema e Direitos Humanos de Barcelona, um dos mais importantes festivais de cinema com foco em direitos humanos.

O filme pode ser visto aqui: https://vimeo.com/418200592

O documentário retrata um dos últimos elos de resistência da floresta amazônica: as comunidades coletoras de castanha. São famílias que vivem a até cinco dias de barco de Boca do Acre, no Sul do Amazonas.

Isolados e sob ataque das milícias que protegem os desmatadores da Amazônia, os castanheiros perdem a guerra para a devastação e o agronegócio. De acordo com os produtores, a derrubada conta com a proteção, a anuência e o patrocínio do governo brasileiro.

Marques e equipe são da Papel Social, organização que investiga cadeias produtivas, como a do cacau, do óleo de palma e do tabaco. O traço em comum entre elas é a exploração da mão de obra e a profunda devastação causada no meio ambiente.

No caso do tabaco, a Papel Social produziu um documentário e publicou o livro “Vidas Tragadas”, que teve apoio da ACT Promoção da Saúde, em que mostra como a cadeia do fumo usa mão de obra infantil e análoga à escravidão, com jornadas de trabalho extenuantes, e doenças causadas pelo uso intensivo de agrotóxicos. A equipe percorreu os três estados do Sul do Brasil, onde se concentra a produção de tabaco no país, que é o segundo maior produtor mundial de fumo e maior exportador.

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