matéria divulgada dia 13/07/2010 no Guia do Estudante
“Diminui ritmo de abandono de cigarro entre jovens; especialistas temem que adolescentes voltem a achar ‘cool’ fumar
Estatísticas de jovens fumantes: 19,5% dos estudantes de Ensino Médio fumam nos EUA
Um entre cada cinco estudantes de Ensino Médio fuma nos Estados Unidos, revelou um estudo publicado na última semana por autoridades locais. A notícia acendeu o sinal amarelo na mídia norte-americana.
Mais do que o número considerado alto por especialistas, chama a atenção o fato de que a proporção de jovens fumantes, que vinha caindo em ritmo acelerado na década de 90, praticamente estacionou nos últimos anos. De 36,4% de estudantes fumantes em 1997, os EUA conseguiram chegar a 21,9% em 2003 e, em 2009, ainda tinham 19,5%.
A reportagem também aponta um possível culpado: a moda dos ‘hookah bar’, bares especializados no consumo de narguilé, espécie de fumo árabe. Muitos desses estabelecimentos foram abertos próximos a escolas e atraem os jovens com fumos “aromatizados” – há aromas como maçã verde, hortelã ou morango, atraentes para os mais jovens.
“As pessoas têm a imagem de que usar nicotina como droga é ‘cool’”, disse Terry F. Pechacek, do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) ao jornal New York Times. “Nove em dez fumantes adultos começaram o hábito na adolescência ou antes”, disse Thomas Frieden, também do CDC.
A meta do governo norte-americano era chegar a 16% de estudantes de Ensino Médio fumantes em 2010 – número que, como mostra a pesquisa, não foi atingido. “Um terço desses estudantes que fumam devem morrer prematuramente devido a doenças relacionadas ao fumo”, disse Pechacek.
No Brasil, um estudo do Minstério da Saúde afirmou que o comportamento de jovens brasileiros com cigarro e álcool é similar ao dos norte-americanos. Quanto a drogas ilícitas, o estudo diz que quase metade dos universitários brasileiros já experimentou.”
Os artigos 9 e 10 da Convenção-Quadro de Controle do Tabaco (CQCT) prevê a regulação dos produtos derivados do tabaco e deverá proibir o uso dessas substâncias que aumentam a atratividade dos jovens, como os sabores mencionados na reportagem. Espera-se que, desta forma, o nível de iniciação dos jovens diminua, e quem sabe, no futuro, a epidemia tabagística consiga ser controlada.