Insalubridade no cultivo do tabaco: a doença da folha verde

Por Mariana Jacinto

Sobre a questão do tabagismo, é imprescindível que não só os fumantes ativos – como toda a sociedade maior – se esclareça a respeito da cadeia de dependência, que termina no consumidor, mas se inicia na produção.
O tabagismo não é apenas um grave problema de saúde pública para os fumantes ativos e passivos. O tabaco também apresenta sérios riscos a quem o cultiva.
De acordo com o DESER (Departamento de estudos sócio-econômicos rurais), “a doença do tabaco da folha verde é um tipo de intoxicação provocada pela absorção, pela pele, da nicotina presente nas folhas de tabaco. No Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério da Saúde (SVS/MS) investigou as causas de intoxicação e mal estar que acometem os agricultores na época da colheita do fumo nos municípios de Arapiraca, SE, e Candelária, RS. Amostras de urina de vários grupos de produtores foram submetidas à análise laboratorial. Em Candelária, RS, foram confirmadas 33 dos 46 casos suspeitos de DTV e a dosagem encontrada na urina dos pacientes não fumantes chegou a índices até 6 vezes superiores aos encontrados em um fumante.
Encontramos sintomas da DTV como as dificuldades respiratórias, fraqueza severa, vômitos, desmaios, tonturas, náuseas, entre outros. As conseqüências para a saúde a longo prazo são desconhecidas.”
É importante ressaltar que esta doença também afeta crianças, filhos dos fumicultores, que acabam sendo obrigados a ajudar seus pais no cultivo do tabaco, diante de uma demanda excessiva de trabalho. São 186 mil de famílias que vivem desta cultura no Brasil. Veja abaixo a matéria do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que revela esta overdose de nicotina resultante de um trabalho insalubre:

http://www.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2011/doenca_da_folha_
verde_do_tabaco_preocupa_autoridades_no_brasil

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