Dia dos Oceanos e o plástico de refrigerantes e cigarros

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Hoje, 8 de junho, é celebrado o Dia Mundial dos Oceanos. Infelizmente, a vida marinha continua ameaçada pela poluição, especialmente os plásticos provenientes de produtos e embalagens descartados irregularmente. Entre os resíduos encontrados em praias e animais marinhos, dois tipos de produtos se destacam: as garrafas de refrigerantes e outras bebidas e as bitucas de cigarros.

O relatório anual do movimento Break-Free from Plastic, que avalia as marcas de resíduos de produtos recolhidos por uma equipe de voluntários, revelou que as duas principais marcas encontradas foram a Coca-Cola e a PepsiCo. Outra publicação, Talking Trash: The corporate playbook of false solutions to the plastic crisis, destacou que compromissos voluntários das empresas para reduzir a poluição plástica foram sistematicamente ignorados ou adiados pelas próprias companhias, causando pouco ou nenhum impacto. 

Em sétimo lugar no ranking das dez maiores poluidoras do Break-Free From Plastic, por sua vez, está a Philip Morris, uma das maiores fabricantes de cigarros do mundo. Apesar do tabaco não ser comumente relacionado com a poluição plástica, os filtros presentes nas bitucas liberam microplásticos ao serem decompostos. Nada menos do que 4,5 trilhões de bitucas são descartadas mundialmente todos os anos e estudos já encontraram resíduos de cigarro em 30% das tartarugas e 70% das aves marinhas. Os custos para lidar com a poluição marinha e a gestão de resíduos relacionados ao tabaco somam 1.7 bilhão de reais anuais. 

As empresas que fabricam produtos poluentes precisam ser responsabilizadas pela poluição plástica. Como mostrou o Talking Trash, compromissos voluntários não são suficientes. Precisamos urgentemente de políticas públicas para desestimular o consumo desses produtos nocivos, como o aumento da tributação de cigarros e bebidas açucaradas. Além de aumentar o preço final, que comprovadamente reduz o consumo, a tributação também permite que os recursos arrecadados sejam utilizados para mitigar os danos causados para o meio ambiente e a saúde. Esse modelo de tributação, que vincula a arrecadação a programas ou áreas específicas, já existe, e seria essencial aplicá-lo a esses produtos nocivos para as pessoas, os oceanos e o planeta como um todo.

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