O feitiço virou contra o feiticeiro!!

Por Said Bichara

Incrível como a criatividade humana sempre encontra brechas onde aparentemente não há mais alternativas.
Sou estudante de letras e trabalho há algum tempo na ACT onde sempre fico atenta às questões sobre propaganda dos produtos de tabaco, principalmente no que se refere ao marketing direcionado aos jovens. Fico indignada ao observar a sofisticação da indústria do tabaco na elaboração de estratégias marqueteiras para atrair esse público específico.
Mas não tinha parado para pensar que há sempre uma saída criativa, até que uma amiga, que inclusive já trabalhou na ACT e que atualmente está em Berlin, comentou sobre o conceito de “ad-busting”. Até então eu não conhecia esse termo, mas fiquei interessada e fui pesquisar.
Logo vi que se trata de uma ação feita sobre algum tipo de propaganda mudando seu conceito original. Por exemplo, em Berlin, uma das ações foi fixar nos cartazes das cantoras “lindas” e famosas paletas do photoshop fazendo menção que as capas foram manipuladas no programa.
Mas porque estou falando tudo isso?
Pois no caso da indústria do tabaco, acontece algo muito parecido, ou seja, as estratégias marqueteiras apelam para imagens mentirosas que defendem um estilo de vida totalmente contrário a realidade vivida pelos usuários desse produto. É nesse contexto, que surgem as “contra propagandas”, por exemplo, a propaganda do cigarro Camel, em que o mascote, Joe Camel, um camelo descolado rodeado de amigos transforma-se no Joe Chemo (de quimioterapia), um camelo que desejou nunca ter começado a fumar.
A sacada é genial, pois se trata acima de tudo de um protesto contra as mentiras que essas imagens vendem!
Ilustração 1: Joe Camel (1994)
Ilustração 2: Joe Chemo (aparece pela primeira vez em 1996)
[photopress:joe_camel_1_2_3.jpg,full,alignright][photopress:joe_chemo_1_2_3.jpg,full,alignleft]

Deixe um comentário