Pesquisa mostra que adoção de imposto sobre bebidas açucaradas na Filadélfia, EUA, não levou a desemprego

foto de filadélfia

A Filadélfia fica no estado da Pensilvânia, costa oeste dos Estados Unidos, e é uma das cidades mais populosas do país, com 1,5 milhão de habitantes e muitas (e famosas) universidades e centros de estudo e pesquisa. E é uma das regiões dos Estados Unidos em que foi implementado um imposto sobre bebidas adoçadas como medida para reduzir o consumo e prevenir doenças crônicas não transmissíveis (as DCNTs) associadas ao consumo excessivo destes produtos. Uma pesquisa publicada no fim do ano passado avaliou o impacto do imposto sobre bebidas adoçadas nos empregos – um dos maiores temores que a tributação provoca entre gestores públicos e o setor produtivo. O resultado? Ao longo de seus dois anos e meio de implementação, o número geral de empregos se manteve.

Na cidade, o imposto seletivo foi criado em 2017 e é cobrado sobre a distribuição de bebidas com adição de açúcar ou adoçantes artificiais, o que inclui bebidas diet e light além das tradicionais bebidas açucaradas, como refrigerantes, bebidas de fruta com adição de açúcar e bebidas energéticas. A tributação é cobrada das empresas distribuidoras, que pagam um imposto de 1,5 centavo de dólar por onça de bebida. Para dar uma ideia, são aproximadamente 17 centavos de dólar de imposto por cada lata de refrigerante.

O estudo analisou dados de emprego na cidade da Filadélfia de 2012 a junho de 2019, ou seja, antes e depois da adoção do imposto, e comparou estes dados com um modelo sintético, que simulou os dados de emprego de acordo com a tendência pré adoção do tributo.

O objetivo do estudo foi avaliar se a adoção do imposto sobre bebidas adoçadas aumentou o número de pessoas desempregadas na cidade, e concluiu que não. “Nós não encontramos evidências de que o imposto sobre bebidas adoçadas tenha afetado os empregos no setor privado, seja em restaurantes ou lojas de conveniência”, afirmam os autores do artigo, Samantha Marinello, Julien Leider, Oksana Pugach e Lisa Powell, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Illinois.

Por quê? “Consumidores que reduziram a compra dos produtos taxados compraram mais outros produtos e serviços, e o governo usa os recursos arrecadados pelo imposto”, afirmam os pesquisadores, ativando a economia. Ou seja, ainda que possam ter acontecido perdas de empregos em algumas indústrias, como resultado da adoção do imposto, o artigo mostra que o total de empregos no setor privado não foi alterado.

O artigo com os resultados da pesquisa foi publicado na revista internacional Economics & Human Biology, e pode ser acessado na íntegra aqui

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