ODS 3 – A saúde em foco

Nova York – Nesta semana em que acontece o Foro Político de Alto Nível sobre o desenvolvimento sustentável, em Nova Iorque, estão sendo realizadas sessões de discussão e revisão dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) que foram priorizados neste encontro, a saber: ODS 1, 2, 3, 5, 9, 14 e 17.

No dia 12 de julho foi realizada a revisão de implementação do ODS 3, que visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades. Diversos países se manifestaram destacando o que vêm sendo feito, mas principalmente apontando o que ainda precisa ser alcançado.

A saúde enquanto conceito amplo está ligada a diversos outros objetivos de desenvolvimento sustentável, sendo considerado um tema central e transversal na Agenda 2030. É importante compreender a interrelação e interdependência dos ODS, uma vez que o propósito é avançar em todas as áreas, sem deixar ninguém para trás.

Indicadores como mortalidade materna e infantil, HIV e malária apresentaram redução nos últimos anos, mas disparidades permanecem e em alguns países as taxas ainda são elevadas. Saúde com equidade é ainda um desafio a ser enfrentado por meio de múltiplos e constantes esforços.

O acesso à sistemas universais de saúde pela população deve ser uma prioridade para os países. O alto custo de medicamentos ou serviços de saúde inviabilizam que todos possam se beneficiar dos avanços alcançados no setor. Determinantes sociais e comerciais impactam na saúde mundial e precisam ser discutidos.

A prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, doenças que mais matam atualmente, como as doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas, deve ser intensificada globalmente. Políticas efetivas precisam ser implementadas para que se reduza seu impacto na saúde pública.

A cooperação multisetorial, em âmbito nacional e internacional, é considerada fundamental mas também um desafio uma vez que requer um intenso trabalho de articulação e monitoramento. A perspectiva de gênero vem sendo incluída em todos os debates e muito ainda se tem a avançar em relação a temas como saúde reprodutiva e sexual, violência contra mulheres e empoderamento de jovens.

Todos estes pontos remetem a questões estruturais que devem ser o foco das discussões quando se fala em alcançar um desenvolvimento sustentável para todos e todas. Implicam em reflexões sobre o modo como nos relacionamos, consumimos e lidamos com a saúde. Mudanças como estas exigirão investimento adequado e compromisso global.

Aqui se espera que este compromisso seja reafirmado explicitamente pelos países através de uma declaração conjunta ao final do evento, e mais do que isso, que todos os debates realizados e declarações de intenções sejam norteadores de ações efetivas na implementação dos ODS. Nesta reunião de revisão do ODS3, o Brasil infelizmente não se pronunciou. Como mostrou o Relatório Luz do GTSC para Agenda 2030[1], vivemos um período de enormes desafios e é urgente que esta agenda seja priorizada no país.

[1] http://bit.ly/Síntese2030

 

Por Monica Andreis

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