Ibama flagra desmatamento no Rio Grande do Sul para plantio de tabaco

Fonte: IBAMA/RS
http://www.ibama.gov.br/archives/13905
Por Said Bichara

Nos últimos dois meses as atividades de combate ao desmatamento no bioma Mata Atlântica do Rio Grande do Sul têm sido intensas. Agentes Ambientais Federais do Escritório Regional de Santa Maria/RS flagraram diversos casos de supressão da Mata Atlântica para a conversão das áreas em lavouras de fumo. As ocorrências se deram em três fazendas no município de Segredo, na região central do Estado, onde constataram que seis hectares de mata atlântica foram derrubados a corte raso para a implantação de lavouras de fumo.

Outro flagrante foi no município de Arroio do Tigre, também na região central do Estado, resultando na apreensão de mais 106 m³ de lenha de mata nativa, dos quais cerca de 23 m³ estavam sendo transportados em caminhões.

Segundo o IBAMA, desde o início das operações já foram aplicados cerca de R$ 231 mil em multas e apreendidos cerca de 870 m³ de lenha nativa, que estavam destinadas para uso nas estufas de fumo da região. Ou seja, diante dessa realidade podemos observar o quão significativo é o impacto ambiental gerado não só pelo cultivo do tabaco, mas em toda sua cadeia produtiva, portanto estamos lidando com um produto que na sua forma final, o cigarro, gera desde a sua produção um enorme custo ambiental, social e sanitário.

Mesmo assim, o grande vetor que está por trás de tudo isso, no caso, a própria indústria do tabaco, insiste em manter em seu discurso a ideia de sustentabilidade, através do argumento de que possui uma matriz energética limpa, isenta de carbono e totalmente sustentável. O que se torna insustentável diante desse fato.

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2 comentários em “Ibama flagra desmatamento no Rio Grande do Sul para plantio de tabaco”

  1. O tal desmatamento referido ao longo de 5 – 10 – 15 anos, na região não chega nem perto de 100 hectares, onde dezenas de familias trabalham intensamente simplesmente para ter onde morar e o que comer, não há nenhum empresário ou mega madeireira lucrando lá, e o que acontece é que o ibama está literalmente levando estas familias de trabalhadores a falência, enquanto no norte do país se desmata mais do que isso por dia! Indignante modo de atuação do Ibama.

  2. O erro do Norte, do Centro ou Nordeste não justifica outros erros. O tabaco depois que chega no bolso do consumidor só acarreta problemas socias e despesas para o governo em tratamento de doenças causadas pelo cigarro. O Ibama não está prejudicando nenhuma família. Àqueles que se sujam, que jogam a semente ao solo são os pobres e mal pagos pelos donos da plantação. Sempre há uma maneira de se obter lucros e altos lucros porque se não obtivessem plantariam feijão, ervilha em pequenas áreas para viver. Os grandes plantadores exportam o produto e a plusvalia é extraída exatamente do bolso do empregado que enriquece o patrão e que mal consegue ficar de pé. Esta plusvalia é chamada de ganância e melhor seria se fossem plantar batatas.

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