Uso nocivo de álcool

A ACT Promoção da Saúde, por meio da diretora-geral Paula Johns, participa do Grupo Técnico sobre política de álcool (TAG), criado pela Organização Pan Americana de Saúde para dar apoio e orientação na área, a fim de acelerar a implementação do Plano Regional de Ação para Reduzir o Uso Prejudicial de Álcool (até 2021). Outro objetivo é atingir uma redução mensurável no uso prejudicial, na região das Américas, contribuindo para a meta mundial de redução de 10% em 2025.

Em novembro, houve uma reunião em Washington, Estados Unidos, na qual foram avaliados alguns indicadores, como binge drinking, consumo per capita e morbidades, e chegou-se à conclusão que nenhum país da região conseguiu avançar. Binge drinking é a ingestão de muitas doses num curto espaço de tempo. Assim, a região das Américas é a segunda pior em termos de avanço de políticas públicas, perdendo para a Europa.

Nos países latino-americanos, as indústrias de bebida alcoólica continuam fazendo marketing abusivo e o preço do produto é muito acessível. No Brasil, a lei 9294/96 restringe o horário de veiculação de propagandas de bebidas alcoólicas, mas considera a cerveja fora da restrição, por ter o teor alcoólico menor que as demais bebidas. A lei também diz que não pode haver associação de bebidas a temas ligados a sexo, esporte e induzir a ideia de que beber leva a bem estar e saúde. É para mudar este parágrafo da lei que existe a campanha Cerveja também é álcool, promovida pelo Ministério Público de São Paulo e apoiada por várias organizações, entre elas a ACT.

Para frear a epidemia mundial de doenças causadas pelo consumo de álcool, a Organização Mundial da Saúde adotou a Estratégia Global para Reduzir o Perigo do Uso do Álcool (WHO Global Strategy to Reduce the Harmful Use of Alcohol – “Global Strategy”) em 2010, com dez áreas de ação:

  1. Liderança, conscientização e comprometimento
  2. Respostas dos serviços de saúde
  3. Ação comunitária
  4. Políticas e medidas sobre beber e dirigir
  5. Disponibilidade de álcool
  6. Marketing de bebidas alcoólicas
  7. Política de preços
  8. Redução das consequências negativas de intoxicação
  9. Redução do impacto nas políticas de saúde de produtos alcoólicos ilícitos e produzidos informalmente
  10. Monitoramento e vigilância

O consumo de álcool causa impacto grande na saúde e nas áreas social e econômica nas Américas, especialmente porque o desenvolvimento econômico leva a um aumento no consumo de álcool, assim como as doenças crônicas não transmissíveis se tornaram a causa mais importante de mortalidade prematura.

Com base o relatório regional de 2015 e outros, a situação epidemiológica relativa ao álcool nas Américas pode ser resumida da seguinte forma:

  • Média per capital de consumo de álcool é alta e crescente entre 2000-2010
  • Ingestão forte de bebidas é alta em adolescentes e adultos
  • Confusão pelo uso de álcool é maior entre mulheres na região se comparada a outras regiões do planeta
  • Apesar de variações de países, homens bebem mais que mulheres
  • De forma geral, álcool é o fator de risco líder da epidemia de doenças na região, entre pessoas de 15-49 anos, de acordo com o Instituto para Análise de Saúde, Monitoramento e Avaliação

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