Fumo em produções dirigidas a jovens: Marvel e Netflix se comprometem a diminuir exibição de cigarros

capitão américa sorrindo

Não é novidade para ninguém que a indústria do tabaco investe muito em estratégias de marketing direcionadas a jovens. Parcerias com influenciadores digitais, patrocínio de eventos, o posicionamento dos cigarros perto de balas e doces em pontos de venda (agora proibido) e a adição de sabores e aromas são apenas alguns exemplos dos métodos utilizados, que configuram uma tentativa de “renormalizar” o tabagismo entre esse público.

Infelizmente, no cinema, na televisão e, agora, nos serviços de streaming, a presença do cigarro também é constante, o que é péssimo para a saúde pública. A ONU já alertou que, nos Estados Unidos, seis milhões de jovens começaram a fumar por conta de influência de filmes em 2014. E não é para menos: como já contamos aqui no blog, a série Stranger Things, sucesso entre adolescentes, mostrou 182 e 262 cenas com cigarros em sua primeira e segunda temporada, respectivamente. Uma análise dos filmes indicados ao Oscar de 2018 teve resultados igualmente preocupantes.

Nos últimos anos, no entanto, pelo menos duas grandes empresas de entretenimento se comprometeram a diminuir a exibição de cenas com cigarros de suas produções: a Netflix, produtora de Stranger Things, e a Marvel, responsável pelos quadrinhos e filmes de heróis como Homem de Ferro, Capitão América, Capitã Marvel, Hulk e Pantera Negra, entre muitos outros. Tom Brevoort, da Marvel, recentemente republicou uma resposta sua a leitores que questionavam a decisão:

Essa é uma ideia bastante básica: ter personagens na mídia de entretenimento fumando há anos era uma maneira de glamourizar o fumo, de atrair mais pessoas, especialmente mais jovens, para esse hábito destrutivo e viciante. Então, tomamos uma decisão: não vamos mais fazer isso.”

A decisão da Netflix e da Marvel é, sem dúvida, muito benéfica, especialmente considerando seu alcance entre os adolescentes. A indústria do tabaco já faz enormes esforços para burlar regulamentações e deixar os jovens mais expostos aos seus produtos – a última coisa de que precisamos é que outras empresas os ajudem nisso.

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