Campanha para diversificação das áreas cultivadas com tabaco

Texto de Anna Monteiro, Diretora de Comunicação da ACT

 

O processo de diversificação de áreas cultivadas com tabaco tem uma grande importância para a saúde dos fumicultores e do meio ambiente. A ACT participa da Rede de Diversificação, que apoia o Programa Nacional de Diversificação de Áreas Cultivadas com Tabaco, um compromisso assumido quando o Brasil ratificou a CQCT, tratado internacional de saúde pública da Organização Mundial da Saúde.

Como parte do projeto, lançamos em 25 de maio, Dia do Trabalhador Rural, uma campanha em rádios do sul do país e um portal dedicado ao tema: www.diversifica.org.br

Nele, o fumicultor pode encontrar organizações na região sul que apoiam a diversificação do fumo para outras culturas, como a produção de alimentos, criação de rebanhos e piscicultura, entre outras, com a preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco, atividade que envolve mais de 150 mil famílias em cerca de 700 municípios, especialmente nos três estados do sul do país. A produção do tabaco se dá em pequenas propriedades de agricultores familiares. A indústria do tabaco controla praticamente todo o processo produtivo, impondo contratos injustos numa espécie de servidão em pleno século 21, fato pelo qual já foi acionada pelo Ministério Público do Trabalho.

Produzir tabaco é um trabalho penoso, que envolve famílias inteiras e inclui até mesmo as crianças. Plantar fumo exige o uso de uma grande quantidade de agrotóxicos, que levam à intoxicação e a doenças como depressão, assim como à contaminação do solo e dos rios, além de aumentar o desmatamento. Soma-se a isso a doença da folha verde, provocada pelo manuseio das folhas de tabaco sem proteção. A nicotina é absorvida pela pele e é muito comum entre os plantadores de fumo. Essa doença provoca intoxicação, náusea, dor de cabeça, fraqueza e também pode levar à depressão.

Segundo pesquisas, mais de 70% dos fumicultores querem diversificar.
Esperamos que, com essa campanha, haja um esclarecimento e caia por terra o mito espalhado pela indústria do tabaco de que plantar fumo dá lucro.

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